terça-feira, 28 de setembro de 2010

Qual é o oposto do amor? Certamente que a tua resposta será o ódio. Estás errado. A resposta certa é a indiferença. O ódio é, por si só, também um afecto que, porventura, pode ser melhorado. Por isso é que, nos dias de hoje, poucos são aqueles que amam, poucos são aqueles que sentem com veracidade os sentimentos que dizem sentir. Mas tu não foges à regra. Como forma de protecção ficas indiferente a tudo o que te rodeia. Jogas pelo seguro. Acomodas-te àquilo que não te faz feliz mas também não te faz triste, ou seja, que te é indiferente. Como forma de achares que, somente por uns instantes, soubeste o que é sentir a pura loucura das emoções optas por falsas escolhas que te proporcionam tal efeito, que aligeiram o crime de não estares a agir de acordo com os valores e as normas incutidos pela sociedade. No pior cenário tornam-se vícios. E depois? Voltas de novo à normalidade, à corrupção do quotidiano, à putrefacção das relações que se estabelecem por mero interesse mas que, por amparo teu, gostas de pensar que retratam a pura amizade. Cresces, casas-te, reproduzes-te, lutas constantemente pela estabilidade (pois dizem que assim é que deve ser feito), ficas velho, apodreces algures onde, por amor, te deixaram e, no final, sentes-te realizado. Percorreste o caminho ao qual estavas destinado, não fugiste ao padrão comum. Por fim morres embora saibas que há muito te tornaste um inválido.  

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